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Cartas da Irmã Lucília

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sábado, fevereiro 21, 2015

Carta do Lourenço à Ir Lucília

O Lourenço fez voluntariado no nosso centro no final do ano passado e decidiu agradecer à Ir. Lucília sob a forma de carta, que agora aqui partilhamos com todos os nossos queridos amigos:


Boa tarde Irma Lucilia,

Antes  de mais queria agradecer tudo o que fez e fizeram por mim. Sei que a Irma nao precisa de agradecimentos mas eu sim, preciso de agradecer. A verdade é que esses 2 meses que ai passei foram realmente so mais 2 meses de ajuda de mais um voluntario. Ajuda muito util, prestavel e digna de se agradecer. Mas quem é que tem que agradecer a quem? O que significaram realmente estes 2 meses? Eu ca tenho tudo isso muito bem assente. Nao passa um so dia sem que eu me lembre do centro, de Inharrime, das meninas, dos trabalhadores, das irmas... E é nesta reflexao que eu me apercebo do real tamanho desses 2 meses. Para o centro e para as meninas, foram 2 meses de cocegas, brincadeiras, conversas, explicaçoes chatas que nao acabavam até se atingir o objetivo das mesmas, constantes correçoes, enfim. Para as irmas, foram 2 meses nos quais contaram com duas maos extra, que estavam sempre dispostas a ajudar fosse no que fosse: tirar fotos, tratar das medias dos alunos, dar explicaçoes, organizar as fotos do apadrinha, ate´para fazer de escadote quando mais foi preciso! Foram 2 meses com um miudo de 18 anos que pensa que sabe muito mas na verdade so tem muito que saber. E para mim? O que foram estes 2 meses para mim? Foram uma vida. Posso-lhe dizer com toda a certeza e honestidade que eu vivi mais nesses 2 meses do que nos meus 18 anos de existencia, e isso é um facto. Vi coisas que nunca pensei ver, fiz coisas que nunca pensei fazer, conheci pessoas que nunca imaginei que existissem, e vi com os meus proprios olhos que o amor e a alegria tudo vencem. Aprendi muito nessa vida, irma. E a melhor das noticias é que nao voltei a vida antiga, mas sim cresci com as duas. Ao voltar para a Europa, deparei-me com imensas pessoas que nao paravam de me bombardear com frases do genero: "foste para Africa 2 meses, é preciso ter coragem!", ou "conheço poucas pessoas da tua idade que fossem capazes da fazer o que tu fizeste". Eu nao percebo estas pessoas. Ou melhor, elas é que nao me percebem. O que eu fiz para Inharrime foi ajudar 2 meses, mas o que eu fiz para mim foi viver uma vida. A ajuda que se da numa experiencia de voluntariado nao tem qualquer comparaçao possivel com o amor que se recebe em troca. E isso é o que eu lhes digo sempre: "nao é tao dificil, nem de tanta valentia, fazer o que eu fiz. É muito maior o que se recebe do que o que se oferece, e so isso justifica tudo." Eu posso nao ter mudado a vida de nenhuma menina diretamente, mas podem ter a certeza de que elas mudaram a minha. E a quem é que eu devo tudo isso?  A pessoas como a irma lucilia, e todas as irmas que ai estao. Os agradecimentos vao todos para vos. Sao infinitas as vidas que se salvaram e criaram graças ao vosso amor. Sejam elas as vidas das meninas ou dos voluntarios.



Queria aproveitar para a informar de que estou a pensar seriamente em voltar por volta de Abril, se calhar antes. Eu tinha planos claros para este meu ano sabatico antes da universidade: queria fazer um voluntariado primeiro e depois trabalhar para ganhar dinheiro e viajar. Ora esses tais 2 meses mudaram-me completamente a perspetiva e desde o dia em que eu me apercebi que os dois meses estavam a chegar ao fim, comecei logo a pensar no meu regresso. Ja falei com os meus pais e eles apoiam fortemente a ideia. Alias, falei tambem com um meu antigo colega de turma (o Rodrigo) que tambem esta a fazer um ano sabatico e que fez voluntariado na mesma altu, nos Galapagos. O Rodrigo esta muito interessado em vir comigo para Inharrime e esta neste momento a discutir o assunto com a mae. Eu encontrome em Alicante (Espanha) a tirar a carta de conduçao para poder ser mais util quando voltar, se voltar. E era isso que eu queria perguntar a irma: se acha que havera espaço para mais um escadote no centro. Neste  caso seriam dois escadotes: eu e o Rodrigo.


Espero que esteja tudo a correr bem ai no Laura Vicuña e espero que as meninas estejam boas!

Um grande, forte e apertado abraço a todas as irmas, meninas, trabalhadores/as e em especial para si irma que fez disto tudo uma realidade.



domingo, fevereiro 08, 2015

Chegada das Meninas

O passado dia 7 de Fevereiro ficou marcado pela chegada das meninas ao nosso centro. Foi um dia de muita alegria como mostram as fotos. Assim, começa agora a preparação das meninas para mais um ano de trabalho, de estudos, de muito amor e felicidade.

Ganhai o coração dos jovens por meio do amor (Dom Bosco)





quarta-feira, fevereiro 04, 2015

Angélica Ernesto - Mensagem de Despedida

A Angélica era a única menina, do nosso centro Laura Vicunã, a frequentar o 12º ano. Agora uma nova etapa segue-se na sua vida: a universidade. Mas antes disso ela decidiu deixar umas palavras de despedida de pois de dez anos a viver aqui.


Muito haveria a dizer ao deixar o Centro Laura Vicunha, depois de dez anos de vivência, nesta casa, onde recebi vida, cultura, amor…

Sinto-me limitada, mas aqui ficam umas palavras de agradecimento.

Queridas Irmãs, quero de coração sincero manifestar a minha gratidão. Agradeço por me terem acolhido quando tinha onze anos de idade, sem ninguém para cuidar de mim. Eu era apenas uma criança sem família, infeliz, mas aqui recebi a família e a felicidade que eu tanto desejava, e pude sentir-me novamente feliz.

O meu obrigada vai para a Irmã Lucília por me ter ensinado carinhosamente a ser uma mulher.

Obrigada a todas as Irmãs por terem sido minhas mães que com tanto amor cuidaram de mim durante estes dez anos; por terem sido tão amigas, atenciosas comigo. Se hoje sou o que sou é graças a vocês, Irmãs. Obrigada.

Custa-me muito dizer-vos adeus porque é muito bom estar aqui, nesta grande família, mas a vida segue e eu quero manifestar o bom que aqui aprendi e vivi.
Onde estiver levo-vos comigo.

Rezem por mim. Que o novo rumo me conduza e faça de mim uma boa profissional para que, por minha vez, possa eu ajudar quem precisar de cuidados médicos.

O meu obrigada estende-se a todos os que passaram pelo Centro Laura Vicunha e me enriqueceram com a sua forma de ser e de encarar a vida: Os Voluntários

Para todos o meu obrigada .

Angélica Ernesto

Inharime, 02.02, 2015