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quarta-feira, agosto 15, 2012

Um dia na Escola Laura Vicuña

Queridos Amigos, Padrinhos e Visitantes, Hoje avamo-nos virar para a Escola Secundária. Como é o dia aqui na Escola? Como todos os dias aqui em Moçambique, o dia começa cedo. A escola começa às 7h00 da manhã com o turno da manhã. É uma enchente de cerca de 1500 alunos que vêm para a Escola primária e secundária. Aqui na Escola lecciona-se desde a 1ª classe à 6ª classe. (para o ano que vem começa também a 7ª classe para completar o Ensino primário) No Secundário temos o 1º Ciclo da 8ª à 10ª classe e o 2º ciclo com a 11ª e 12ª classe. No secundário há três turnos, um de manhã, outro à tarde e um pós-laboral. Por dia entram pelos portões da escola mais de 3000 alunos. A esctrada fica ladeada de jovens vestidos com saia ou calças azuis e camisa branca ou as crianças de camisa azul clara. São acompanhados por cerca de 60 professores. Os campos de jogos enchem-se de jovens durante os tempos de intervalo, mas não se ouve gritaria pelos campos, nas aulas não se ouvem os professores a gritar nem alunos a sair da sala. É uma paz que se vive nesta casa que mete-nos inveja e com muita vontade de ser professor. Nos intrevalos vão até à Padaria comer um pão ou um bolo, beber uma gasosa ou coca-cola. Os meninos da primária têm direito a um pãozinho gratuito. Para os outros, tornou-se incomportável para o Centro distribuir gratis devido ao aumento do preço da farinha. Nos dias de educação física cada jovem traz a sua esteira de casa para não deitar no chão. Uns vêm de bicicleta outros a pé mas todos vêm à escola. No esino secundário existe uma disciplina de agro-pecuárias e os alunos cultivam uma pequena horta e os produtos são vendidos para financiar a escola. Então de vez em quando vêm-se os jovens de mangueira ou enchada na mão às voltas com as alfaces, couves e outras hortículas. Como já tive ocasião de referir, estão cá uns jovens universitários, voluntários da GasTagus que nos tempos lectivos fazem o acompanhamento e apoio escolar aos mais pequenos. Digamos que estão a gerir um ATL. Espalhados pelas salas entre contentores, que foi em tempos a escola primária, ajudam os meninos da primária com os seus deveres e dificuldades. Sempre bem dispostos começam o seu dia pelas 8h00 e só terminam às 17h00. Ensinam dança e música também. É uma animação. As crianças só chamam, "Mana Andreia ensina a dançar", "Mana Vera vem ver", "Mano Helder ajuda", "Mana Joana ensina a tocar viola", "Mana Paula eu não consigo", "Mana Carina eu não sei". Aqui todas as jovens mais velhas são manas. O dia aqui na Escola é sempre uma festa. Vejam no nosso facebook as fotos. Basta clicar no icone do face no lado direito do seu ecran aqui no nosso blog. Bem-hajam a todos por nos acompanhar. KANIMAMBO

terça-feira, agosto 14, 2012

Um dia ao serviço da Padaria

Queridos Amigos, Padrinhos e Visitantes, Cá estou outra vez no nosso diário de campo. Hoje vou-vos falar sobre o dia a dia do Centro, principalmente da Padaria. O dia começa muito cedo no Centro Laura Vicuña. A comunidade religiosa levanta-se às 5h00 e começam o seu dia com as orações. às 5h30 levantam-se as meninas que preparam o pequeno almoço para as outras. As aulas aqui começam às 7h00 logo há que levantar cedo. Hoje estive de serviço na Padaria. O motorista não estava e eu vesti a farda. A Padaria trabalha 24 sobre 24 horas a misturar ingredientes, amassar, formar e cozer. São cerca de 8000 carcaças que são feitas por dia, uns 500 cacetes grandes e pequenos e umas 100 arrufadas. Estes são vendido quer aqui no local, na padaria como já tive oportunidade de dizer quer pelas aldeias e lugares onde há cantina ou loja. Então hoje de manhã bem cedo, pelas 6h15, com o carro carregado lá fomos nós, eu e o Sr. Filipe em direcção ao sul, uns 15 km do centro e começamos a deixar, 100 carcaças aqui, 50 além, etc. Depois lá vamos nós para o Mercado de Inharrime deixar 1000 a 1500 por dia, 50 cacetes e 50 arrufadas. Depois é pelas picadas a dentro, chegar a uma povoação e apitar a buzina lá vêem as crianças a correr a recebernos. Umas vezes envergonhadas agarradas às saias das mães e outras arrojadas a falar comigo. Sempre com sorrisos e gargalhadas, dizendo um bom dia bem pronunciado. É uma festa a vinda do padeiro. Fez-me lembrar as nossas aldeias onde ainda o peixeiro, o padeiro e o mercieiro vão até às aldeias, tal e qual. Depois de volta ao centro para almoçar e ncher de novo. De tarde, hoje é o caminho para Mucumbine a uns 50 Km este de Inharrime, por aquelas picadas a dentro. Estradas de terra batida com valas grandes pelo meio. Sintia-me como que a cavalo de um camelo attravessando as dunas do deserto. Mas a paisagem é bem diferente. Coqueiros, papaeiras, plantas da mandioca, ananaseiros, espigas e milho salpicando a paisagem. A cada esquina uma loja, uma banca de venda e mais pessoas a querer o "Pão do viajante". Depois de vender tudo, de regresso ao centro, mais 50 km de altos e baixos, utilizando apenas uma faixa da estrada. Quando nos cruzamos quem vai na faixa errada, arreda-se e deixa passar o outro carro para logo depois ocupar o seu lugar. Contudo, tudo é feito com ordem e tolerância. Tanto que aprenderiamos com este povo, tanto! Quando chegamos, lá pelas 18h00, já escuro, é que me aprecebo que estamos na rua há 12 horas a vender pão. Depois é banho, jantar e cama. E assim se passou mais um dia em Inharrime. Uma vez que não consigo publicar aqui as fotos, por favor consultem o nosso Facebook, pois elas vão estar lá dentro de momentos. A partir de Inharrime recebam o nosso grande Obrigada pela vossa presença aqui. KANIMAMBO

domingo, agosto 12, 2012

Viagem a Inharrime

Queridos Amigos, Padrinhos e Visitantes, Escrevo-vos de Inharrime. Cheguei aqui na 4ª feira e nunca me senti tão orgulhosa de pertencer a algo. O nosso agradecimento vai para cada um de vós que ajudou a tornar possível este sonho. Já tive oportunidade de colocar algumas fotos do Centro no nosso FaceBook com este link http://www.facebook.com/media/set/?set=a.493610097333211.127689.100000526752044&type=3#!/ A vida aqui é de paz, de harmonia e alegria. As crianças não são diferentes das nossas, também são traquinas, gostam de dançar e cantar, de rir e brincar, tudo próprio das crianças do mundo inteiro. A única diferença é que estas meninas, a miaor parte não tem família, forma abandonadas ou órfãs à nascença mas tiveram a sorte de encontrar pelo meio as Irmãs Salesianas que lhes deram um lar, uma família, uma cama e um lugar à mesa com comida quentinha e nutritiva. Aqui têm uma alimentação equilibrada com carne e peixe, legumes e fruta. A maior parte dos produtos consumidos são fruto das terras que pertencem ao Centro. Também podem ver no FB as fotos da pequena horta e a produção animal. Ainda hoje comemos pato estufado, que foi criado aqui na horta. Em todas as refeições há salada com alface, tomate, cenoura, cebola e beterraba cultivada aqui. As galinhas põem entre 30 a 40 ovos por dia possibilitanto dois ovos por semana às crianças além de os usarem na confecção dos bolos que vendem na padaria. A padaria que se chama Pão do Viajante (podem também ver as fotos no FB) foi o primeiro projecto de auto sustentabilidade. Faz pão para venda quer no local quer em vários lugares ao longo da estrada como na Vila de Inharrime. Faz pão para consumo, em 4 refeições, das cerca de 120 meninas que aqui vivem, para os professores, que comem todos cá, trabalhadores, os 2800 alunos que frequentam a escola Primária e Secundária Laura Vicuña que comem pelo menos um pão por dia. As meninas mais velhas fazem bolos e doces para vender e o lucro vai para uma conta em nome delas para, futuramente, pagar os estudos superiores. É um verdadeiro caso de sucesso. Contudo, está a começar a se tornar um pouco difícil continuar a fornecer pão aos estudantes por causa do aumento do preço da farinha. Não sabemos até quando se poderá continuar a este ritmo. É preciso arranjar soluções que não se sabe muito bem quais. Apesar de todas as dificuldades inerentes a dirigir um centro com a dimensão que este tomou, sente-se uma gratidão e harmonia no ambiente. Todos sabem o seu lugar e a sua função e todas as meninas participam activamente na manutenção dos espaços. Todas se interajudam, as mais velhinhas cuidando das mais pequenas. Só nos resta agradecer a cada um de vós que nos ajuda diariamente, a ajudar esta comunidade de Salesianas a trabalhar pela educação de um povo. KANIMAMBO