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Bem vindo ao blog dos Amigos de Inharrime

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sexta-feira, agosto 10, 2007

Apadrinhamentos

Queridos Amigos, Padrinhos e visitantes,

É com grande alegria que escrevemos hoje. Nesta nossa digressão pelo que já foi e o que se está a tornar o Centro Lura Vicuña, tinhamos reservado esta próxima paragem ao apadrinhamento e ontem recebemos uma mensagem da Ir. Lucília que vamos, mais adiante reproduzi-la, mesmo a propósito do projecto.



O apadrinhamento começou na mesma alura em que começa o Centro pois foi uma forma encontrada para se poder receber os meios financeiros para apoiar tantas carências das famílias de Inharrime. Aquando da visita da Ir. Lucília a Portugal em 2004 e novamente em 2005, este projecto tomou forma. Primeiro no Porto e logo a seguir em Lisboa. Quando o nosso grupo se formou, tomou a seu cargo a continuação do projecto de apadrinhamento como forma de centralizarmos a informação e coordenar a troca de informação entre os padrinhos, as crianças e a directora do Centro.

Eis algumas das palavras que a Ir. Lucília nos dirige a todos os padrinhos:

"...Não sei se conseguirão imaginar até onde chega o vosso contributo! Quão grande é a vossa ajuda que, embora longe, dão a este nosso povo!!! Muito obrigada.
As crianças que beneficiam deste auxílio ultrapassam as 320! Já são muitas...

Aos chegarmos aos 300 pensei em fechar o número, mas cada dia aparecem casos extremos e diante da necessidade não conseguimos dizer não...

Conto-vos apenas o caso do Sofrido Samuel: nasceu em Fevereiro. A mãe faleceu. Apareceu a avó, que tinha percorrido, a pé, mais de 20 Km. A criança chorava e a avó, com mais de 70 anos, metia-lhe na boca o seu seio mirrado. Claro que a criança continuava a gritar... Quando fui buscar um pouco de leite e a criança começou a beber, quase asfixiava, tal era a fome!

Diante de tantos casos como este, como parar de aceitar crianças e de pedir aos Padrinhos para nos ajudarem a salvá-las?"

Agora vem a pergunta: Como é que o apadrinhamento ajuda? o que é? Como se tornar padrinho ou madrinha?

A primeira coisa a fazer é abrir o vosso coração e abraçar esta missão, esta vontade de ajudar uma criança a crescer num ambiente saudável, alegre e com muito amor. Este gesto permite garantir um futuro, pelo menos até aos 16 anos, tempo em que a própria criança já possa começar a trabalhar ou continuar os seus estudos. De seguida, escreva-nos uma carta com o seu pedido, onde menciona os seus dados como nome, morada, contacto telefónico e mail se tiver assim como nº de telemóvel. Faz um depósito de 100 euros no BPI na conta de NIB 001 00000 2591 993 000 146 Conta pertencente ao Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora (as Irmãs Salesianas) de Moçambique e envia o comprovativo para a nossa caixa de correio amigosinharrime@gmail.com Assim que recebermos será contactado pela Susana Silva, a pessoa responsável pelos apadrinhamentos que lhe enviará a foto da criança os seus dados biográficos. Do lado de lá será enviado uma mensagem da própria Ir. Lucília a agradecer. Receberá durante o ano notícias sobre o desenvolvimento do seu afilhado/a e quando tiver portador, uma cartinha ou até foto actualizada.
Através do dinheiro que vai chegando com o Projecto de Apadrinhamento, é possível ajudar as famílias em várias frentes. Eis as próprias palavras da Irmã a explicar:

"Felizmente temos tido jovens voluntários que nos ajudam nesta empresa. A Raquel vinda de Portugal iniciou a base de dados, de maneira a facilitar o trabalho; o Óscar vindo de Espanha, aperfeicuou-a colocando, além da ficha dos afilhados e dos padrinhos, também a ficha das famílias que neste momento são 120. Isto facilita a distribuição dos bens, uma vez que já as temos catalogadas por bairros; em cada bairro há uma senhora responsável por avisar e convocar para a distribuição.

Falei com os comerciante das lojas para aceitarem os vales que as famílias recebem pelo responsável de cada bairro e que posteriormente entregam na loja para que lhes seja fornecido o próprio bem. Quando as famílias tiverem levantado os bens, recebemos de volta os vales e pagamos a respectiva quantia ao comerciante. Desta maneira o açúcar, o sabão, o leite, o arroz são drectamente levantados na loja."

Para além desta ajuda em bens alimentares, também se distribui a roupa que tem seguido nos contentores que enviamos, os livros e todos os artigos escolares que precisam. contudo o empreendimento e dedicação das irmãs não fica por aqui. Aquelas famílias com mais 4 crianças apadrinhadas começam a ver as suas casas renovadas. Pois é! As famílias vivem em palhotas de palha já a cair e que deixam entrar a água e todos os animaisinhos rastejantes que querem partilhar do conforto da família, deixando para trás alguns males e doenças. É urgente construir uma casa com quarto para as meninas e outro para os meninos e outro ainda para os pais, para além de uma pequena cozinha e uma casa de banho. Estas casas são construídas com o dinheiro que os padrinhos enviam.

Vamos já adiantando a notícia que a nossa actual tarefa é recolher restos de colecção de azulejos e tijoleira, sanitas e lavatórios, toneiras e junções necessárias para estas construções, a serem enviadas no contentor de este ano. Mas, sobre isso falaremos em breve.

Este é o nosso Projecto de Apadrinhamento. Entre também nesta viagem excitante, uma viagem na vida de alguma destas crianças. Eu sei que não podemos mudar o mundo nem sequer pensar que vamos salvar o mundo mas podemos salvar a vida de uma criança e isso está ao alcançe de qualquer um de nós. Venha daí, embarque connosco.
A todos o nosso,
KANIMAMBO

quinta-feira, agosto 02, 2007

"Rumo"

Queridos Amigos, Padrinhos e Visitantes

Cá estamos em mais uma etapa. Hoje vamos ao primeiro bloco da Casa Família. Dissemos que foi em 2002 que tudo começou em Inharrime, mas foi dois anos antes que a Salesianas ouviram o grito de ajuda, responderam aos apelos do Ministério de Educação para a construção de uma Escola Profissional e também ao do Bispo de Inhambane para construir uma casa para as meninas que com as cheias de 2000 ficaram órfãs, sem casa e sem família. À Ir. Lucília e sua equipa vamos dedicar este poema de Alda Lara:

Rumo

É tempo companheiro! Caminhemos...
Lá longe a terra chama por nós,
e ninguém resiste à voz da Terra...
Nela,
o mesmo sol ardente nos queimou,
a mesma lua triste nos acariciou,
e se tu és negro e eu sou branca,
a mesma Terra nos gerou!...
Vamos, companheiro... É tempo!...
Que o meu coração
se abra à mágoa das tuas mágoas
e ao prazer dos teus prazeres, irmão...
Que as minhas mãos brancas
se estendam para acariciar as faces negras
dos teus filhos,
e o meu suor se junte ao teu suor
quando rasgarmos os trilhos
de um mundo melhor!...
Foi com este estado de espírito que a Ir. Lucília, provincial de Moçambique na altura, deitou mão à obra e começou a sua luta para "dar o seu suor" e "estendeu as suas mãos brancas para acariciar as faces negras" dos filhos desta "Terra de Boa Gente" - Inharrime.
Depois da Campanha do Saco de Cimento, começou a Campanha do Tijolo para a construção do primeiro bloco da Escola (de que vos falaremos brevemente) a Cooperação Portuguesa, vendo o belo trabalho que aqui se estava a fazer, e também os projecto a longo prazo que acompanha tal obra, apoia financeiramente a construção deste 1º bloco da Casa Família. No ano de 2006 tivemos a fantástica confirmação da continuação do apoio do nosso governo para a construção dos outros dois blocos que brevemente começarão.

Cada um dos blocos tem capacidade para 30 meninas e uma vigilante. Vejam só a decoração deste interior, emana Amor, Dedicação, Respeito por aquele que tudo perdeu mas que nem por isso deixa de ser uma Criatura amada de Deus. A partir de 31 de Janeiro de 2006, as primeiras 16 meninas encheram este dormitório de muita alegria, gargalhada e felicidade. Pós uns meses este número cresce para 27.
Este é o seu espaço de higiene, dentro do dormitório,
...e aqui o seu espaço para o estudo.
Esta é a aparência pelo lado de fora.

Em breve aparecerão e crescerão os outros dois blocos para mais 60 meninas.

Atrevemo-nos a afirmar que, o que a Ir.Lucília sentia dentro de si, e o que a levou a lutar para que isto acontecesse foi o mesmo que Juan José Medina dizia:

" A Grandeza de um ideal não está em atingi-lo,

mas em lutar por ele."

A todos os nosso sentido,

KANIMAMBO!

quarta-feira, agosto 01, 2007

O Refeitório

Queridos Amigos, Padrinhos e Visitantes

A digressão pelas memórias do início do nosso Centro continua. Porém vou agora passar pela mais recente construção que, embora não esteja ainda inaugurada já foi palco de uma recepção à Ministra da Mulher de Moçambique.


Eu recordo as palavras da Ir.Lucília há um ano atrás em que nos dizia que, devido ao número de meninas que a Casa já tinha, era impossível comerem todos na cozinha e ora comiam por turnos, ou vinham todos para o pátio com os seus pratos na mão. Porém não "seria (nenhum) milagre se de repente a sopa aumentasse no prato quando começava a chover".

Com algum esforço e o financiamento da Cooperação Portuguesa, o refeitório começou a aparecer. A dedicação dos construtores, dos trabalhadores e dos pintores compensaram ao ver esta pequena maravilha que começa a surgir.
Agora há espaço, não só para todas as meninas que vivem na Casa, mas também para os alunos da Escola Secundária, que tomam aqui a refeição principal, senão a única do seu dia.
É do conhecimento de todos nós que a saúde é importante quer para o desenvolvimento físico, quer mental das crianças. É difícil estudar com barriga vazia, não é? Mas Deus é de facto GRANDE e, com a dedicação destas religiosas, a perseverança da nossa querida responsável Ir. Lucília e o trabalho de tantos locais, foi possível abrir as portas e receber a Senhora Ministra no passado fim-de-semana.
As meninas prepararam um pequeno ballet e a Celeste declamou um singelo poema para comemorar este dia importante. Vemos aqui o entusiasmo das pequenas a cortar o bolo, e o amor e carinho de todos na preparação desta festa.

Mais uma obra desta grande OBRA. O entusiasmo não pode morrer. Temos de continuar a trabalhar pois ainda não temos financiamento para a Lavandaria, Armazém e Garagem, mas estamos confiantes que Deus providenciará.

Não queremos esquecer de vos agradecer a todos pelo apoio, pelas orações e mensagens que continuam a enviar. Convosco vai ser possível um dia ter o Centro acabado e a trabalhar em pleno. A vós o nosso,

KANIMAMBO!

P.S. Não deixe de nos visitar amanhã para continuarmos a nossa viagem.